segunda-feira, 23 de maio de 2011

A Escola Estadual General Penha Brasil está desenvolvendo a informatização de todo o sistema operacional da instituição, através do Sistema de Auxílio ao Professor, disponibilizando todos os dados estatísticos relativos ao alunado, favorecendo o acompanhamento pelos pais e /ou responsáveis, precisando apenas requisitar uma senha para acessar todos os dados educacionais dos seus filhos. Esses dados estarão disponíveis no blog da escola, com o seguinte endereço: http://penhabrasil.blogspot.com

O QUE É O SAP


O Sistema de Auxílio ao Professor é um sistema criado para organizar os dados e informações existentes no dia a dia de um educador, desde professores de Universidades, cursinhos ou mesmo particulares. O SAP fornece simplicidade nas consultas e clareza nas interpretações dos resultados, extremamente importantes para as tomadas de decisão que poderão influenciar o planejamento das atividades das turmas.

O sistema foi desenvolvido com o objetivo de ser o mais abrangente possível, uma vez que muitos educadores utilizam um sistema próprio de trabalho. Por isso, o SAP permite escolher determinadas regras de funcionamento para cada turma, o que possibilita seu uso em todas as situações, mesmo que o professor trabalhe em instituições diferentes.

Regras:
- Opção de Intervalo de notas: 0 - 100 ou 0 - 10;
- Definição de conceitos;
- Quantidade de casas decimais nos cálculos, definindo a precisão desejada;
- O número máximo de faltas permitido;
- O nome do período de avaliação.

Veja abaixo, alguns recursos do programa:

Controle de Faltas:
O programa permite controlar mensalmente as faltas dos alunos de forma simples e prática. Depois de lançadas as faltas, o programa automaticamente mantém um relatório completo sobre a situação de cada aluno, inclusive o percentual do máximo já atingido.

Avaliações Descritivas:
O professor poderá realizar avaliações descritivas para cada aluno, simplificando e organizando relatórios exigidos por muitas escolas hoje em dia. As avaliações são feitas através de um editor próprio com um exclusivo sistema de busca, onde o professor poderá localizar determinado texto em uma avaliação em particular, ou entre todas as avaliações do aluno.

Planos de Aula:
De forma bastante prática, o SAP permite ao professor o registro de suas aulas e planejamentos para cada turma individualmente. Possui o mesmo editor de textos usado nas avaliações descritivas, incluindo o sistema de busca e um recurso extra, pelo qual é possível criar um atalho para um arquivo externo (de qualquer tipo), anexando-o a um específico plano de aula. Tal arquivo poderá ser aberto e editado diretamente do SAP.

Atividades de Avaliação:
Seguindo o mesmo estilo das avaliações descritivas e das aulas, o professor poderá registrar as atividades avaliativas que aplicar em suas turmas. Depois de registradas, será simples e rápido o lançamento de notas para seus alunos, gerando uma ampla gama de dados que o programa se encarregará de interpretar e organizar, fornecendo a situação completa de cada aluno a qualquer momento.

Consultas:
Além de manter as informações cadastradas pelo professor em cada turma, o programa permite a realização de inúmeras consultas sobre essa base de dados. Através de um processo muito simples, o professor escolhe diretamente qual informação deseja ver na consulta, optando por dados detalhados, resumidos ou ate mesmo informações sobre grupos como: masculino, feminino ou turma.

Gráficos:
O SAP é capaz de gerar até 31 gráficos diferentes, possibilitando a interpretação dos dados gerados pelas turmas. Tais gráficos são essenciais para uma perfeita compreensão do rendimento das turmas, sendo possível ter uma visão geral de grupos ou detalhada para cada aluno, ou ainda, fazer comparações de desempenho. Essa compreensão é indispensável para o professor que se importa com seu trabalho, procurando métodos que auxiliam no desenvolvimento cada vez melhor de seus alunos.

Impressão e Exportação:
Praticamente todas as informações contidas no programa poderão ser impressas ou salvas em arquivo externo, podendo ser utilizadas em outros programas. Até mesmo dados pessoais dos alunos, ou aniversariantes de um determinado mês, poderão ser exportados ou impressos.

BIODIVERSIDADE

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Biodiversidade

Olá gestores e educadores,

A escola Estadua General Penha Brasil, comunga com as ideias relacionadas à preservação da biodiversidade, em todos os sentidos.

Instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Dia Internacional da Biodiversidade é comemorado em 22 de maio, com o objetivo de promover o conhecimento sobre a variedade do mundo natural e alertar para os problemas a ela associados, como alterações climáticas e o desaparecimento de inúmeras espécies de fauna e flora. O professor de Educação Ambiental Jairo José Matozinho Cubas, também presidente da ONG ambiental Utágua, preparou um artigo sobre o ensino da biodiversidade. Ele explica que, mesmo em escolas localizadas em grandes cidades, é possível o docente observar com os alunos exemplares da biodiversidade brasileira. Veja detalhes no texto a seguir, produzido especialmente aos leitores do Jornal Virtual.

Boa leitura!


O ensino da biodiversidade nas escolas

Nunca os temas sobre o meio ambiente estiveram tão presentes. São assuntos atuais e necessários, em especial no Brasil, onde, em sua extensa área, são encontrados ricos biomas, que abrigam em torno de 13% de todas as espécies descritas pela Ciência; além disso, o País possui 40% das florestas tropicais remanescentes do planeta.

Na biodiversidade brasileira são conhecidas em torno de 3 mil espécies de peixes, 1,8 mil aves, 800 anfíbios, 680 répteis e 530 mamíferos, sem citar a imensa diversidade de plantas, além de tantos outros seres ainda não identificados. Por outro lado, estudos recentes indicam que mais de 600 espécies da fauna conhecida estão em perigo de extinção.

É fato que a presença do humano provocou alterações nos biomas. As aglomerações nas zonas urbanas provocaram profundos e irreversíveis danos e o distanciamento dos espaços naturais criou nas pessoas uma visão distorcida sobre o meio ambiente.

É impossível que a escola seja indiferente diante desta realidade e inconcebível a exclusão de temas sobre meio ambiente de qualquer projeto político pedagógico. Mas, uma das questões com as quais mais nos deparamos ao visitar escolas e conversarmos com professores é sobre qual seria a melhor maneira de abordar o tema da biodiversidade no ensino fundamental.

Vale lembrar que o professor das séries iniciais não é um especialista da área e não tem a obrigação de dominar tópicos muito específicos. Por outro lado, o que se espera do profissional é autonomia e dinamismo necessários para buscar informações e criar atividades didáticas diversificadas, para que os conhecimentos sejam apresentados de forma dinâmica e atrativa.

Hoje estão disponíveis diversos materiais, como vídeos e publicações oficiais, que podem ser acessados em sites. E é certo que todos eles servem de suporte para que o tema seja abordado. Entretanto, embora os diversos recursos como textos, materiais audiovisuais e a tecnologia sejam importantes para trazer informações sobre a biodiversidade para dentro da sala de aula, acreditamos que sejam fundamentais as vivências práticas nos ambientes naturais ou alterados pelos humanos.

Defendemos que o estudo do meio é uma boa opção para este fim. Diante das realidades onde as escolas estão inseridas, cada proposição deve ser direcionada especificamente, e é óbvio que têm vantagens aquelas localizadas próximas a ambientes naturais. Mas também é verdade que, mesmo em zonas densamente urbanizadas, é possível se observar belos exemplares da biodiversidade brasileira. Um exemplo clássico é a avifauna e a arborização das cidades, que podem ser exuberantes em parques e pequenas reservas. Estes locais, mais ou menos próximos das escolas, são ambientes fantásticos para uma aula de campo, com observação, identificação e posteriores pesquisas bibliográficas.

Também é importante, nestas atividades, recorrer ao conhecimento popular dos moradores do entorno, com os quais é comum, na realização de entrevistas, obterem-se valiosas informações sobre a biodiversidade. Dessa forma, é possível valorizar a cultura popular e estabelecer uma reflexão sobre senso comum e conhecimento científico, ainda que de forma implícita para as séries iniciais.

Conhecer as riquezas da biodiversidade com observações práticas in loco é um rico instrumento para aproximar o jovem do meio ambiente natural e resgatar as fundamentais ligações entre humanidade e natureza.

Parafraseando Leonardo Boff em seu filosófico livro Saber cuidar, ética do humano, compaixão pela Terra: é essencial que o humano restabeleça seus laços com suas origens naturais; mas não basta conhecer, é preciso cultivar no humano a ética pelo cuidado. E isto só se faz com a vivência.

Texto de Jairo José Matozinho Cubas, biólogo, mestre em Ciências da Saúde e professor de Educação Ambiental. É presidente da ONG ambiental Utágua e consultor pedagógico de Edições SM. E-mail: contato@campanhadabiodiversidade.com.br





quarta-feira, 18 de maio de 2011

A DESEDUCAÇÃO NO BRASIL

Olá gestores e educadores,

Apresentamos no Jornal Virtual desta semana o artigo “A deseducação no Brasil”, de autoria do educador Wolmer Ricardo Tavares. Mestre em Educação e Sociedade, ele também é autor do livro Gestão Pedagógica: Gerindo escolas para a cidadania crítica (WAK Editora). Você concorda com ele?

Boa leitura!

A deseducação no Brasil

Escola não é o primeiro lugar a se educar o indivíduo, mas na maioria das vezes é o primeiro lugar a deseducá-lo. Será nesse ambiente que o aluno irá dar continuidade a sua socialização, passo fundamental para aprender novos valores. Mas a questão é: Que valores serão esses? O que a sociedade espera do indivíduo? Até que ponto a escola é obrigada a “formar” e não a educar os alunos?

Ao analisarmos a palavra “formar”, leva-nos a alusões como colocar em forma, o mesmo que padronizar, estandardizar, isto é, fazer com que os educandos tenham o mesmo comportamento, atitude e maneira de pensar. Podemos também trabalhar a palavra “formar” no sentido de construir, dar forma, que é uma outra divergência do que é esperado, pois, com a globalização e o dinamismo das informações, percebe-se que nem os profissionais encontram-se formados, ou seja, eles estão em constante formação, por isso então a escola não forma, apenas faz o aluno galgar os primeiros degraus de sua construção como cidadão e protagonista.

Seria uma quimera imaginar uma escola a qual o conhecimento não seja tão institucionalizado? É a tão conhecida pedagogia da autonomia, conceito esse aplicado em regiões na qual a educação é vista como fator de suma importância para o crescimento e desenvolvimento, por isso, ela é investimento. No Brasil, a educação é vista como gasto, e por isso se aplica a pedagogia do empurrão ou pedagogia do emburrecimento, ou seja, reprovação zero, reprovação essa que, apesar de não existir mais nas escolas, existirá na vida.

A escola está preparando esse aluno para o quê? Quando o educando sair desse sistema, a sociedade irá se lembrar que não existe reprovação e, consequentemente, não irá reprová-lo também? Será que estamos preparando nossos educandos para se tornarem homens de bem? Sêneca (por volta de 4 a. C. – 65) insistia na educação para a vida e a individualidade: “non scholae, sed vitae est docendum”, isto é, “não se deve ensinar para a escola mas para a vida” e para que vida estamos ensinando nossos alunos? Uma vida de mediocridades e de miséria que fará do educando um mero escravo do destino?

Este trabalho tem o intuito de levantar dúvidas e fomentar uma criticidade no educador fazendo com que o mesmo analise até que ponto se sente manipulado por um discurso que se faz imperar uma demagogia e o leva a ser mais um multiplicador de números que mascaram uma realidade que violenta a dignidade de um povo. Precisamos fugir da esperança, pois ela apenas prolongará o nosso tormento, deixando-nos passivos e inertes. Necessitamos apenas de atitudes. Será que estamos tão cansados a ponto de nadarmos contra uma maré de descasos com a verdadeira educação?

Precisamos repensar a função da escola e o ato de educar e sair de nossa passividade intensa, de nosso estado cataléptico para um protagonismo que implicará em mudanças.

Terezinha Azerêdo Rios nos mostra uma visão pessimista sobre a escola enquanto a sociedade apresentar suas limitações e, em contrapartida, nos dá também uma visão otimista falando que uma boa escola ajuda a uma boa sociedade. A questão é: quem é o maior influenciador nesse processo? A sociedade ou a escola? Seja qual for a sua resposta, não estamos levando nossos alunos a uma reflexão. Estamos alienando-os cada vez mais e tornando-os manipuláveis por um poder corruptor.

Cabe à escola oferecer ao aluno um agir interativo com o seu contexto, com uma identidade responsável, e dar forma ao conhecimento que será aplicado as suas necessidades sentidas e vivenciadas com o seu entorno.

Texto de Wolmer Ricardo Tavares, mestre em Educação e Sociedade e docente da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) – campus Lafaiete. E-mail: wolmertavares@gmail.com





COMO COMBATER A CORRUPÇÃO

COMO COMBATER A CORRUPÇÃO

A CORRUPÇÃO EMPOBRECE O PAÍS

Até quando viveremos sob o impacto da corrupção? Até quando este nosso Brasil ficará emperrado, sem conseguir alçar voos? O Brasil é um País empobrecido pela corrupção. Uma terra privilegiada como a nossa, com seus invejáveis recursos naturais, está sempre pendente, sempre pendurada, arcada em dívidas, ajoelhada ao FMI. O que se constata no País é uma corrupção impregnada nos hábitos da sociedade. Constata-se a existência de grupos que passam de um governo a outro e se firmam pela impunidade. A cultura da corrupção é histórica entre nós e só um trabalho prolongado de conscientização, de estímulo à ética, aos valores morais, e desde a fase da educação infantil, poderá trazer a esperança de enfraquecê-la. O nosso ensino não consegue avançar. Países do primeiro mundo mostram um nível educacional invejável, um avançado amadurecimento do povo sobre a importância da educação, visto como pilar do desenvolvimento humano. Uma inscrição esculpida em mármore na entrada da Biblioteca Pública de Boston, nos Estados Unidos, diz: “A comunidade exige educação como salvaguarda da ordem e da liberdade”.
O povo exigindo educação! Aqui no Brasil, precisamos ainda trabalhar muito, anos e anos, para que o povo chegue a esse entendimento, à importância da educação na vida da nação. Quando isso acontecer, o Brasil deixará de ser País de terceiro mundo, nível de País em desenvolvimento, para se tornar País de primeiro mundo, País desenvolvido. Educação está na base de toda transformação social.
Um grande escritor brasileiro, Monteiro Lobato, segundo minha memória, disse: “Um país se faz de livros e de homens”. Observemos a ordem das palavras na frase: primeiro, livros; depois, homens. Primeiro o conhecimento, a cultura, estruturando o homem, ilustrando-o para o exercício da função. Ainda nessa linha de pensamento, lembro o grande estadista norte americano Abraham Lincoln, que dizia: “Ninguém salva o povo, o povo salva a si mesmo através da educação” e a educação foi a grande prioridade de seu governo.
No nosso Brasil, a educação continua num marasmo. A pesquisa da Unesco, Ensino Médio: Múltiplas Vozes, realizada em 13 capitais, entrevistando 7 mil professores e mais de 50 mil alunos da rede pública e particular, revelou o alto grau de insatisfação dos estudantes com que aprendem nas escolas.
Nossas escolas têm condições de melhorar aquilo que ensina? Têm condições de oferecer aulas com qualidade, para aumentar o interesse dos alunos? Professores desmotivados, destreinados, pouco capacitados para o exercício do magistério, vão arrastando a situação do mau ensino. O despreparo docente chega ao nível absurdo de levar o MEC a mudar, ainda este ano, o sistema de classificação de livros didáticos. Desde 1985, início do programa governamental de distribuição de material didático, o Ministério fazia recomendações sobre a qualidade dos títulos a serem escolhidos pelos professores das escolas. O critério para classificar o livro didático ia de uma a três estrelas. No ano passado, o MEC passou a usar os conceitos “pouco recomendado”, “recomendado” e “muito recomendado”. Agora, não faz mais avaliações, apenas uma descrição de cada livro. E isso ocorreu devido ao fato de os professores, ultimamente, estarem optando por livros de uma estrela ou os pouco recomendados. Escolhem os piores entre os pré-avaliados pelo MEC.

O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), José Henrique Paim Fernandes, considera a fraca escolha dos professores, a razão de estes livros conterem conteúdos mais fáceis; “Assim, os professores não correriam o risco de não entender ou não saber como lidar com livros supostamente mais sofisticados. Geralmente, escolhem os livros que já conhecem ou que creem ser mais próximos de sua realidade”.

Se contássemos com professores bem treinados didaticamente, recebendo salários condizentes com sua função, não estaríamos nessa situação. Teríamos um magistério valorizado. Mas, o que ocorre é o contrário, a falta de estímulo leva o professor a se acomodar, a se desinteressar, trazendo desinteresse aos alunos.

Como elevar o padrão de ensino sem um devotamento político leal à causa da educação? O mais frequente é ver, na mídia, os constantes relatos de graves corrupções. As verbas destinadas ao ensino perdem-se no caminho de sua destinação, conduzidas para fins ilícitos. Em abril p. passado, lemos nos jornais, em letras garrafais, o desvio dos recursos destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Médio e de Valorização do Magistério (Fundeb)! O Ministério Público estima que de cada R$ 4,00 só R$ 1,00 é aplicado corretamente! Detectou quadrilhas com ramificações nacionais, especializadas em falsificar planilhas de gastos e forjar prestações de contas. A Controladoria Geral da União deparou com um verdadeiro esquema de fraude documental e irregularidade frequente no registro de estudantes fantasmas. No ano passado, auditoria do MEC constatou a existência de 280 mil matrículas irregulares de 1.ª a 8.ª séries.

Antes do Fundeb, as reclamações de compras eram frequentes. Surgiu o Fundeb justamente para corrigir os casos de corrupção. 60% do Fundeb estão vinculados ao pagamento de professores; o restante vem sofrendo desvios abomináveis. O dinheiro do Fundeb é depositado em uma conta do Banco do Brasil e seu extrato pode ser acessado por vereadores e membros do conselho de fiscalização dos municípios.

Deputados da Comissão de Educação da Câmara querem mudar a forma de escolha e a composição dos conselhos municipais de acompanhamento do Fundeb. Defendem projeto que impede que familiares dos prefeitos e secretários municipais integrem os conselhos, além de estabelecer eleições para a definição dos membros e a inclusão de um representante dos alunos. O representante dos pais também não poderá ser servidor municipal, nem prestador de serviços da prefeitura.

Hoje, fala-se em mobilização dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário --, reforçando a luta do Estado contra a corrupção, tentando fazer com que o Estado, que tem o leme nas mãos, possa dirigir esse barco, encharcado de corrupção, com mais firmeza.

Será esse o caminho? Poderá até ajudar, mas a corrupção está tão enraizada no seio do povo que ela sempre encontrará um jeito de burlar as determinações legais.

Só um trabalho sério de educação poderá tentar reverter tal situação.

  • Supervisora de ensino aposentada.

    (Publicado em junho/2004)


sexta-feira, 13 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

Professor ou Educador?

Uma experiência que esclarece perfeitamente essa diferença, sob a ótica da professora Elizabeth.

Educação para a vida

Dia desses, precisei explicar para minha filha de 11 anos o porquê do meu gosto em chupar laranjas pequenas, as menores. Enquanto as pessoas no supermercado escolhem sempre as grandes, eu sempre escolho as pequeninas as que ninguém quer, pois para mim elas têm um sabor diferente, são mais deliciosas. Eu sempre chupo laranja depois do jantar. Como chego tarde em casa, minha filha às vezes me acompanha nesse ritual.

O fato é que quando eu era criança meu pai sempre sentava do meu lado, descascava as laranjas com todo o cuidado para não ferir o gomo e, em seguida, dava uma para mim e uma para cada um dos meus irmãos, todos mais jovens que eu. Era um momento de contar histórias, de risadas e de partilha. Nós adorávamos, as laranjas eram tão doces e saborosas que chupávamos muitas. Papai, pacientemente, descascava-as para nós, às vezes ele precisava se ausentar e sempre as deixava descascadas e cortadas, tamanho era o cuidado para que não nos cortássemos, afinal éramos todos crianças. Meu pai é agricultor e, na época, há uns 35 anos, ele cultivava laranjas. Ele vendia em grande quantidade. Como as pequenas não tinham saída, ele reservava-as para nós. Fiquei emocionada quando relatei o fato à minha filha.

Assistindo a uma aula sobre Metodologia do Ensino Superior, o professor indagou a turma sobre qual a diferença entre ser professor e ser educador. Retornei à minha infância ao lembrar das laranjas...

Bem, ser educador é ser inesquecível, é fazer a diferença, é fazer com que o conteúdo transmitido ao aluno tenha significado, é não só transmitir e repassar conhecimentos, mas levar em consideração o cotidiano e a bagagem cultural do aluno. Ser educador é marcar positivamente o aluno para sempre, é educar com amor, com valores, respeito, é ensinar com postura ética. Ser educador é ir além do conteúdo e do conhecimento técnico, é ensinar bem, planejar suas aulas, utilizar diferentes estratégias na apresentação dos conteúdos, aliando também diferentes e coerentes avaliações. O verdadeiro educador permite o diálogo, a troca, a aproximação com o educando.

Ser educador é ensinar aliando a teoria à prática, trabalhar o conteúdo de forma contextualizada, facilitando o entendimento dos alunos. É aquele que ensina a autonomia, o desenvolver das potencialidades, inerentes às individualidades de cada aprendiz.

O verdadeiro educador é aquele que conduz o aprendiz nos caminhos do conhecimento, levando-o a aprender a conhecer, isto é a adquirir os instrumentos de compreensão, do seu meio, da sua realidade e de seu mundo, no qual o aprendiz possa aprender a fazer para poder agir sobre o meio em que vive, que ele possa aprender a viver junto com os outros, a fim de participar, interagir com os seus, em todas as atividades humanas, e nessa condição aprender a ser, com o objetivo de se formar o homem em sua totalidade.

O verdadeiro educador atualiza-se permanentemente, conhece e utiliza de forma eficaz as novas tecnologias, proporcionando ao educando uma melhor compreensão do seu papel enquanto cidadão crítico.

Mas, afinal, qual a relação das laranjas do início do texto com o ser educador? Bem, meu pai, no seu fazer inconsciente, com carinho e dedicação, deixou impresso em mim algo que poderia ter passado despercebido, o amor pelo que se faz, o exemplo de ser humano.

O verdadeiro educador deve ser um referencial de vida para os seus educandos, assim como o meu pai foi e é para mim.

Texto de Elizabeth Magno, professora e coordenadora pedagógica em Macapá, enviado ao Jornal Virtual. E-mail: profelizabetmagno@gmail.com